Correm pelos veios das montanhas…
Embatem contra monumentos, estatelam-se em rochas.
Cabelos esvoaçam e estilhaçam,
Relincham dor – tanta história por aleitar!
Choram mentes e mudanças!
Sempre os ouço… não me dão paz.
Falam-me de margens além, caminhos que não consumi.
Anos passam e eu só fixo o que lá vem,
Parto espelhos e não me revejo, só vejo e anseio.
Invoco demónios e os planos que me reservam!
O espectro que nasceu deste meu regaço
Extravasou sonhos megalómanos,
Forças que não retenho;
Que não me captam, mas que magnetizam.
Laceram a tal ponto – quero evadir!
Repudio o viver. Desejo horizontes!
O meu último reduto é agigantar o que cá trago...
Ser mais que dois pés no solo comum. Emergir.
Almejo ser ferro e pedra, mas muito mais…
Quero ser o lar da mais bela das obras!
Ânsias que são; são as que não me assistem
Chegarei lá um dia, se os ventos me ajudarem
Quem sabe, sozinha… quem sabe, comigo.
Até lá procuro-me
E não me encontro.
Embatem contra monumentos, estatelam-se em rochas.
Cabelos esvoaçam e estilhaçam,
Relincham dor – tanta história por aleitar!
Choram mentes e mudanças!
Sempre os ouço… não me dão paz.
Falam-me de margens além, caminhos que não consumi.
Anos passam e eu só fixo o que lá vem,
Parto espelhos e não me revejo, só vejo e anseio.
Invoco demónios e os planos que me reservam!
O espectro que nasceu deste meu regaço
Extravasou sonhos megalómanos,
Forças que não retenho;
Que não me captam, mas que magnetizam.
Laceram a tal ponto – quero evadir!
Repudio o viver. Desejo horizontes!
O meu último reduto é agigantar o que cá trago...
Ser mais que dois pés no solo comum. Emergir.
Almejo ser ferro e pedra, mas muito mais…
Quero ser o lar da mais bela das obras!
Ânsias que são; são as que não me assistem
Chegarei lá um dia, se os ventos me ajudarem
Quem sabe, sozinha… quem sabe, comigo.
Até lá procuro-me
E não me encontro.
"EDUCAÇÃO PELA PEDRA"
ResponderEliminar(João Cabral de Melo Neto)
Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.
*
Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.