quinta-feira, 26 de março de 2009

Muito para além II



… Superar a aridez dos desertos da alma e convertê-los em jardins frutados. É esse o caminho que ela trilha.



Naquele dia nasceu um sol mais vigoroso que nos outros. Ela saltou da cama de rompante, algo que já não acreditava ser novamente possível – tantos, tantos meses passados em letargia! – , e lá correu desalinhada até à porta de casa. Parecia saber!
Deixou-se cair prontamente de joelhos e abriu um pedaço mal-enjorcado de papel que tinha esgravatado freneticamente lá na frincha da porta. Algures nos borrões encarquilhados os seus olhos agitados puderam ler:

"Por tantas vezes falámos, por tantas vezes desaparecemos uma da outra… Não sei se é desse perfume que nunca cheirei ou desses braços emagrecidos pelas dores da vida que nunca me abraçaram, mas sinto a tua falta. “

“Oh, diabos!” – pensou ela de sobrolho franzido, quando notou que o bilhete não estava assinado...

2 comentários:

  1. Ola, como estas? Es a minha unica seguidora e nem me visitas na realidade? Combina com a Suzana.... Beijos

    ResponderEliminar